Taxa da caixa será de 3% a 5% + ipca e depende do percentual financiado
20/08/2019 - Ampliação do crédito imobiliário caixa
Taxa da caixa será de 3% a 5% + ipca e depende do percentual financiado
Quanto maior a entrada dada na compra do imóvel, menor deve ser a taxa do financiamento.
Já com aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN), a Caixa deverá lançar novas modalidades de crédito imobiliário atrelados à inflação. As taxas fixas devem variar de 3% a 5% ao ano mais o IPCA do período.
Para efeito de comparação, hoje, a linha mais barata de financiamento para o comprador de imóvel está em 7,99%ao ano + TR (Taxa Referencial, atualmente em 0%). Com a mudança, o financimanento poderá ter condição de até 3% ao ano + IPCA (3,22% nos últimos 12 meses). Mas para conseguir essa taxa, mais vantajosa que a atual, será preciso negociar.
A negociação do valor fixo da taxa de financiamento vai depender de dois fatores: o percentual de financiamento do valor total do imóvel e a relação do cliente com a Caixa, afirmam fontes ouvidas pelo Valor Investe.
Serão beneficiados os tomadores de crédito que tiverem uma relação mais próxima ao banco. Por exemplo, já tenham conta, cartão de crédito ou investimentos na Caixa. Esse tipo de oferta, de juros menores para clientes, já costuma ser praticado em bancos privados.
O chamado LTV (do inglês “Loan to Value”), que é a proporção do valor financiamento para o valor total do imóvel, também deverá ditar a negociação da taxa fixa mais baixa.
Por exemplo, quem financiar só 50% do valor do imóvel terá mais chances de uma taxa reduzida que aqueles que financiarem 80% do valor do imóvel. Quanto maior a entrada, melhor a taxa.
Outro ponto que deve continuar a influenciar na taxa será se o trabalhador é do setor público, que já costuma ter condições diferenciadas devido à estabilidade de seu emprego.
Comparação de taxas de juros: TR x IPCA
Cenário | Taxa anual | Indexador | Taxa + Indexador (mensal) | Juros mensal (R$) | Diferença entre usar TR e IPCA | Comparativo |
Cenário base: menor taxa + TR | 7.99% | 0.00% | 0.6426% | R$ 1,927.88 | R$ - | Cenário base |
Cenário 01: 8,49% + TR | 8.49% | 0.00% | 0.6814% | R$ 2,044.13 | -R$ 116.25 | Pior que cenário base |
Cenário 02: 8,80% + TR | 8.80% | 0.00% | 0.7053% | R$ 2,115.96 | -R$ 188.08 | Pior que cenário base |
Cenário 03: 8,85% + TR | 8.85% | 0.00% | 0.7092% | R$ 2,127.52 | -R$ 199.64 | Pior que cenário base |
Cenário 04: 6% + IPCA | 6.0% | 3.22% | 0.7377% | R$ 2,212.97 | -R$ 285.09 | Pior que cenário base |
Cenário 05: 5% + IPCA | 5.0% | 3.22% | 0.6605% | R$ 1,981.41 | -R$ 53.54 | Pior que cenário base |
Cenário 06: 4% + IPCA | 4.0% | 3.22% | 0.5826% | R$ 1,747.89 | R$ 179.99 | Melhor que cenário base |
Cenário 07: 3% + IPCA | 3.0% | 3.22% | 0.5041% | R$ 1,512.35 | R$ 415.52 | Melhor que cenário base |
Ampliação do crédito imobiliário
O presidente da Caixa vem discursando que a nova modalidade deverá reduzir os juros e aumentar o crédito imobiliário.
Atualmente, a maior parte do dinheiro que se destina a financiar imóveis vem do FGTS e da poupança, dentro do chamado Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Segundo fontes da Caixa, a intenção da instituição é ampliar as formas de captação desse crédito e depender cada vez menos do FGTS e da poupança.
O argumento é que, com taxas atreladas ao IPCA, o investidor, inclusive pessoa física, teria mais interesse em financiar o crédito imobiliário. Isso porque o IPCA é mais atrativo que a Taxa Referencial, hoje usada para corrigir financiamento imobiliário.
Dessa forma, meios de captação como os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e as Letras Imobiliárias Garantidas (LIG), ambos isentos de imposto de renda, ofereceriam taxa fixa + IPCA como retorno ao investidor e poderiam se tornar até mais rentáveis que títulos do Tesouro Direto que também são indexados ao IPCA.
O único alerta que fica é: se a taxa para o financiador do crédito imobiliário será mais atrativa, há grandes chances de o tomador do empréstimo estar pagando mais caro por essa linha. É preciso prestar atenção nisso.
Fonte: VALOR INVESTE